Abril de 2024 | Saúde Pública

07 abril, 2024≈ 4 min read

Sob o mote de assinalar uma efeméride, um/a clínico/a e um/a investigador(a) com trabalho reconhecido em determinada área apresentam um conjunto de doze faixas à sua escolha numa playlist. Nesta rubrica mensal, pretende-se, por um lado, relevar uma temática de saúde e, por outro, dar a conhecer o que estas duas pessoas gostam de ouvir.

Assinalado desde 1950, o Dia Mundial da Saúde serve o propósito de consciencializar para cuidados de saúde de qualidade e estilos de vida saudáveis. A escolha da data não é contingente: a 7 de abril de 1948 ocorria a primeira assembleia da Organização Mundial da Saúde (OMS). A universalidade de acesso a cuidados de saúde de qualidade e o direito a um ambiente saudável são destacados no tema deste ano: “A minha saúde, o meu direito”. A OMS sublinha o direito de todos a aceder, sem discriminação, à educação, informação, cuidados de saúde, habitação e nutrição de qualidade, ar puro, água potável bem como a condições de trabalho e ambientais dignas. Embora a saúde seja um direito humano fundamental, nem todos os estados o reconhecem nas suas constituições nem empreendem esforços legislativos no sentido de assegurar o acesso das populações aos cuidados de que precisam. Os dados do Conselho de Economia da Saúde para Todos da OMS evidenciam as desigualdades: pelo menos 4,5 mil milhões de pessoas, mais de metade da população mundial, não têm acesso a serviços de saúde básicos. O Serviço Nacional de Saúde refere que a escalada de conflitos armados e a crise climática, agravada pelo consumo de combustíveis fósseis, colocam sob crescente ameaça a saúde de todos. Nas mensagens-chave direcionadas ao público e aos governos, a campanha do Dia Mundial da Saúde de 2024 reforça a primordialidade da promoção e da proteção da saúde enquanto direito humano fundamental.

António Jorge Ferreira é professor associado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. É licenciado em Medicina (FMUC, 1991), mestre em Saúde Ocupacional (FMUC, 1996) e doutorado em Ciências da Saúde, na área de Medicina Preventiva e Comunitária, pela Universidade de Coimbra (2015). É pós-graduado em Medicina do Trabalho (FMUC, 1995) e em lasers médicos (diploma inter-universitário europeu, 2001). Exerce funções como docente nas áreas de Medicina Preventiva, Saúde Comunitária, Saúde Ocupacional, Saúde Pública e Pneumologia. É subdiretor para a área do ensino e formação da FMUC. Coordena o mestrado em Saúde Ocupacional e o curso de especialização em Medicina do Trabalho na mesma instituição. É médico especialista em Pneumologia e em Medicina do Trabalho e exerce Pneumologia de Intervenção no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC) / ULS Coimbra. É vice-presidente da Associação de Estudos Respiratórios (AER) e membro da equipa de coordenação da comissão de trabalho de doenças ocupacionais e ambiente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia

Carlos Seiça Cardoso doutorou-se em Ciências da Saúde (2023) pela FMUC, instituição onde se tornou mestre em Medicina (2015) e em Geriatria (2022). É médico especialista em Medicina Geral e Familiar na USF Condeixa e membro do colégio de Medicina Geral e Familiar da Ordem dos Médicos. É investigador no grupo Palliative, End of Life and Bereavement Care no iCBR-FMUC e assistente convidado na unidade curricular de Medicina Geral e Familiar na FMUC. É o elemento responsável da linha de cuidados paliativos em cuidados primários da Cátedra de cuidados paliativos da FMUC, apoiada pela Fundação Floriani.