O Instituto de Psicologia Médica (IPM) da FMUC dedica-se ao ensino e investigação da Psicologia aplicada à Medicina.No campo do ensino temos procurado, tal como acontece nas escolas médicas mais avançadas, implementar programas que dão um realce crescente às competências de comunicação clínica e da Psicologia aplicada à Medicina. Partindo das várias áreas da Psicologia relevantes para o contexto da Medicina, o objectivo é proporcionar um conjunto de conhecimentos na área do comportamento e funcionamento psicológico normativo, que permita ao aluno compreender os processos psicológicos na saúde e na doença. Com base nesse conhecimento e competências, o aluno estará mais capacitado para desenvolver as aptidões necessárias a uma prática clínica assente numa visão holística que lhe permita perspectivar o doente num modelo biopsicossocial. Essas competências cognitivas e de execução técnica afastam o aluno das insuficiências e limitações de um modelo reducionista e biomédico, capacitando-o para um exercício da medicina centrada sobre o doente. Assim, o objectivo final é formar médicos que se descentrem dos imperativos desumanizadores da tecnomedicina focada sobre o tratamento da doença para regressar a uma visão humana da medicina centrada sobre o doente, objecto central dos cuidados - o doente como um todo individual e integral. Para obedecer a esse desiderato, a Psicologia Médica preocupa-se em formar estudantes que para além das competências técnicas e científicas, re-aprendam os valores da compaixão e da empatia, de modo a praticar uma medicina cujo objectivo central seja o alívio do sofrimento.

No campo da investigação, o IPM abrange um grande leque de temas que vão desde áreas fundamentais como é o caso da genética psiquiátrica, a múltiplos campos de investigação clínica e psicopatológica, psicológica e psicométrico. Dada a sua extensa experiência de investigação encontra-se numa posição estratégica e privilegiada no que diz respeito à sua ligação ao serviço de psiquiatria, tendo aí um papel crucial na formação e no desenvolvimento da investigação psiquiátrica. Uma maior ligação psicologia-psiquiatria pode também constituir um núcleo que associado a outras áreas das neurociências leve à interligação da neurociência clínica com as disciplinas mais básicas.