Mapa de Risco da Radioatividade em Águas de Consumo em Portugal Continental

05 maio, 2021≈ 4 mins de leitura

Para suportar as entidades gestoras na avaliação de risco relativa à presença dos parâmetros radioativos na água, tendo em conta o tipo de captações, a sua localização geográfica e a eventual presença de radioatividade artificial, a submeter à ERSAR para cada sistema de abastecimento de água, bem como, suportar o processo de apreciação e decisão, a ERSAR entendeu que a abordagem mais adequada seria a promoção de um estudo global, cujos resultados se apresentam agora para Portugal Continental.

Os resultados desta avaliação do risco permitem definir que parâmetros radioativos cada entidade gestora deve ou não deve controlar, em cumprimento com a Diretiva 2013/51/EURATOM, e refletir esta informação antecipadamente nos PCQA. Com esta primeira abordagem, pretende-se assegurar a uniformidade dos critérios subjacentes à avaliação do risco, o grau de fiabilidade dos dados e a simplificação do processo de avaliação do risco de cada entidade gestora.

Este estudo, conduzido pelo Laboratório de Radioatividade Natural, da Universidade de Coimbra, com a coordenação da ERSAR, integrou, num sistema de informação de base geográfica, informação sobre a localização das captações de água constantes dos programas de controlo da qualidade da água referentes a 2019, os resultados do controlo analítico já efetuado pelas entidades gestoras nos anos de 2016 a 2019 e os dados geológicos, radiométricos e geoquímicos constantes da literatura.

Foram definidos três níveis de risco com um código semafórico, parametrizados em função dos critérios e valores paramétricos (valores limite) definidos na legislação, relacionados com os resultados analíticos e não com a proteção da saúde humana, já que esta avaliação deve ser efetuada pelas autoridades de saúde, relacionando os resultados analíticos com a saúde da população servida pelos sistemas de abastecimento de água:

  • O risco “elevado” foi definido quando os resultados são iguais ou superiores a 60 % do respetivo valor paramétrico, assumindo-se assim uma abordagem muito conservadora, exigindo-se um controlo mais exigente mesmo nas situações em que o valor limite não é ultrapassado.
  • O risco “médio” foi definido para resultados iguais ou superiores a 30 % do respetivo valor paramétrico, mas inferiores a 60 % deste valor.
  • O risco “baixo” foi definido para resultados inferiores a 30 % do respetivo valor paramétrico.

Pretende-se assim garantir que, nas situações em que os resultados estão mais próximos do valor limite, existem dados analíticos suficientes que possam ser relevantes na análise que as autoridades de saúde devem fazer relativamente à proteção da saúde humana.

Como qualquer avaliação do risco, os resultados deste estudo serão revistos periodicamente em função, por exemplo, da atualização dos dados provenientes do controlo analítico efetuado pelas entidades gestoras no âmbito dos seus programas de monitorização operacional e dos programas de controlo da qualidade da água aprovados pela ERSAR.

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