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Professores in memoriam

Ana Margarida Ribeiro Neiva

Desempenhou os seguintes cargos:

na Universidade de Coimbra – naturalista, 1964-1971 e técnico investigador, 1972 do Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico; prof. auxiliar, 1972-1975 e 1976-1977; prof. associada, 1983-1985 e prof. catedrática definitiva desde 1985 da Faculdade de Ciências e Tecnologia; b) na Universidade de Brasília, Brasil – prof. adjunto, 1975-1976; c) na Universidade do Porto – prof. auxiliar, 1977-1979, prof. associada, 1979-1983.
Trabalhou no Depart. of Mineralogy and Petrology, Univ. Cambridge, U.K., 1966-1971, onde se doutorou, e posteriormente alguns meses em 1976, 1980 e 1981; b) no dept. of Geology, Univ. Manchester, U.K., alguns meses de 1971, 1972, 1974, 1979, 1982, 1984, 1988, 1992, 1994, 1996 e 1997 para obtenção de dados analíticos por fluorescência de raios-X e microsonda; c) no Dept. of Earth Sciences, Univ. Leeds, U.K., em setembro e outubro de 1988 para datar rochas e minerais por Rb-Sr; d) no Nuclear Reactor Centre, Imperial College, Ascot, U.K., algun meses de 1988, 1993 e 1994 para determinar terras raras de rochas graníticas; e) no Instituto Geológico e Mineiro, Porto, desde 1977.
Foi membro do International Working Group of IGCP project “Mineralization associated with acid magmatism” até 1980. É membro do Mica Subcommittee of the International Mineralogical Association.
Tem colaboração em trabalhos científicos com: Johns Hopkins Univ. (U.S.A.), Geological Survey of Malaysia, CNRS (França), Univ. London (U.K.), Thessaloniki Univ. (Grécia), Yamagate Univ. (Japão), Univ. of Science and Technology of China, Hefei, Univ. Manchester (U.K.) e Instituto de Geociências da UFRGS (Brasil) e Departamento de Geologia da UFRGN (Brasil).
Tem sido “referee” de trabalhos submetidos às publicações: Mineralogical magazine, Bulletin de Minéralogie, Geochemical Exploration, European Journal of Mineralogy, Lithos, Canadian Mineralogist e Applied geochemistry Journal of South America Earth Science.
Proferiu conferências nas Universidades de: a) Faculdade de Engenharia, Porto (1986); b) LNETI, Lisboa (1986); c) Reading, U.K. (1987); d) Thessaloniki, Grécia (1987); e) Nuclear reactor, Ascot, U.K. (1988); f) Science and Technology of China, Hefei (1991); g) Seoul National Univ., Seoul, Coréia do Sul (1992); h) Aveiro (1994); i)Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1997); j) Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1997); k)Academia de Ciências de Lisboa (1997 e 1998).
Apresentou comunicações em 41 congressos internacionais e em 16 congressos portugueses.
Publicou um total de 66 trabalhos, sendo 36 em revistas internacionais, 4 em livros internacionais e 26 em revistas portuguesas.

João Manuel Cotelo Neiva

Nasceu a 18 de Fevereiro de 1917 na freguesia de Cedofeita, Porto, foi nomeado Professor Catedrático da Universidade de Coimbra em 1949 e seu Reitor entre 1971 e 1974, tendo-se Jubilado como Professor Catedrático do Departamento de Ciências da Terra em 1987.

Licenciado em Ciências Geológicas com distinção, pela Universidade do Porto, em 1938, onde foi contratado em 1939 como assistente do Grupo de Ciências Geológicas. Doutorado nesta Universidade em 1944, com a tese “Jazigos Portugueses de Cassiterite e Volframite”, onde passou a exercer funções de 1º assistente de 1945 a 1948. Prestou provas públicas para professor extraordinário com a tese “Rochas e minérios da região de Bragança-Vinhais”, em 1948, na Universidade do Porto. Foi Professor Extraordinário nesta Universidade de 1948 a 1949. Em 1949, prestou provas públicas para Professor Catedrático na Universidade de Coimbra, tendo dado a lição “Geologia dos minérios de ferro portugueses – seu interesse para a siderurgia”.

Entre 1950 e 1974, dirigiu o Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico da Universidade de Coimbra. Foi director dos Centro de Estudos Geológicos (1950-1975), do Agrupamento de Estudos Geológicos do Ultramar (1954-1974) e do Centro de Estudos de Mineralogia e Geologia de Coimbra (1958-1974).

Colaborou com os Serviços Geológicos de Portugal desde 1940, Serviço de Fomento Mineiro (1945-1963) e Laboratório Nacional de Engenharia Civil (1962-1964). Foi membro do Conselho Superior de Minas e Serviços Geológicos (1958-1974), do Centro de Investigação Científica do Instituto de Alta Cultura (1964-1973) e da Junta Nacional de Educação (1971-1974).

Foi director da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, entre 1963 e 1971, onde se destacou pela reforma das várias licenciaturas, pelo desenvolvimento da investigação e pelo apetrechamento didáctico.

Entre 1971 e 1974, assumiu o cargo de Reitor da Universidade de Coimbra, tendo protagonizado o crescimento físico e orgânico da Universidade, com a transformação da Faculdade de Ciências em Faculdade de Ciências e Tecnologia, a criação da Faculdade de Economia e deixou organizado o processo de criação da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação. Desenvolveu os Serviços Sociais para os funcionários e estudantes, tendo sido responsável pela instalação de serviços de benefícios múltiplos.

A sua atividade académica é marcada pela investigação nos domínios dos recursos geológicos, nomeadamente, das mineralizações e dos jazigos minerais e dos processos geoquímicos associados, bem como da geologia de engenharia, relacionada com a cartografia geológica e geotécnica e com o comportamento geomecânico dos materiais.

Realizou estudos geológicos e petrográficos em Portugal continental, Porto Santo, Angola, Moçambique, S. Tomé e Príncipe, Macau e Timor. Estudou jazigos minerais e pedreiras em Portugal, Angola, Moçambique e Goa.

Foi consultor dos principais projetos hidroelétricos em Portugal e nas ex-colónias, desde 1957, onde marcou as equipas multidisciplinares de projeto e construção das principais barragens, tendo mantido essa atividade até 2002.

A sua bibliografia é composta por 203 trabalhos científicos publicados e 334 relatórios de Geologia Económica e de Geologia Aplicada, os quais tiveram impacto nacional e internacional.

Foi um dos fundadores da Sociedade Geológica de Portugal (1941) e da Sociedad Española de Cristalografia e Mineralogia (1975).

Na Academia das Ciências de Lisboa, foi Membro Correspondente de 1983 a 1987, Membro Efectivo de 1987 a 2013 e Sócio Emérito de 2013 a 2015. Foi Sócio Emérito da Academia de Engenharia de 2009 a 2015.

Foi-lhe concedido o grau da Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública por Sua Excelência o Presidente da República, em 2003.

Em 2015, a Sociedade Geológica de Portugal instituiu o prémio Cotelo Neiva destinado a homenagear e distinguir a carreira científica e/ou profissional de um geólogo português.

Luís Eduardo Nabais Conde

Nasceu em 1937 e, após a licenciatura em Ciências Geológicas na Universidade de Coimbra, ocupou o lugar de naturalista no então Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico, atual Departamento de Ciências da Terra, sob orientação do Professor Cotelo Neiva. Ulteriormente, e dada a sua natural aptidão para a geologia de campo, ingressa nos Serviços Geológicos de Portugal onde desenvolve trabalhos de cartografia geológica em diferentes regiões do país. Mais tarde, assume responsabilidades na área da prospeção na antiga Sociedade Mineira de Santiago (Aljustrel) e, após uma breve experiência no apoio a trabalhos de construção de túneis rodoviários na ilha da Madeira, ingressa novamente na Universidade de Coimbra onde, durante alguns anos, foi responsável por várias disciplinas, com destaque para a Deteção Remota, Depósitos Minerais e Cartografia Geológica. Durante este período realizou também prestações se serviço de relevância, em especial na área da energia

Martim R. Portugal Vasconcelos Ferreira

Martim Ramiro Portugal Ferreira, professor catedrático de Geologia na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), faleceu com 85 anos, vítima de doença prolongada. Casado com Maria Avelina Moreira e Silva Vasconcelos Ferreira, era natural de Oliveira de Frades e residia em Coimbra. Era pai de Diogo Ferreira, Luísa Ferreira, Cláudia Ferreira, Benedita Ferreira, Manuel Ferreira, Teresa Ferreira e Mariana Ferreira. Doutorado em Geologia em 1966, com 19 valores, foi docente na FCTUC de inúmeras cadeiras, orientou mestrados e doutoramentos, fez investigação e publicou mais de uma centena de livros e artigos científicos. Desenvolveu consultoria, e participou em vários órgãos de gestão, pedagógicos e científicos da UC. Foi ainda presidente do Conselho Directivo, Pedagógico e Científico da FCTUC e deputado municipal, tendo sido presidente na Assembleia Municipal de Coimbra durante vários anos.

Celeste dos Santos R. Gomes

A minha História como Educadora em Ciências da Terra - Celeste Romualdo Gomes - O que fiz, porque o fiz e o que sucedeu.

Os meus primeiros passos enquanto docente de Geologia Licenciei-me em Geologia em 1986. Em 1990, presto provas de aptidão pedagógica e de capacidade científica, no âmbito do Paleomagnetismo, uma área de investigação que me levaria ao outro lado do mundo, ao Brasil, onde fiz bons amigos. Em 1997, presto provas de Doutoramento em Geologia, também nesta área. No ano seguinte, inicio a orientação de estágios pedagógicos, no âmbito da formação inicial de professores de Biologia e Geologia e dou a cadeira Didática da Geologia. Estava longe de imaginar onde os meus passos me iriam levar. A Educação como paixão Como orientadora de estágios, contactei com diversas realidades educacionais e com inúmeros professores. Naturalmente, interessei-me por temáticas no âmbito da Educação. Os temas que me eram mais prezados eram a educação ambiental e o Ensino das Ciências, em particular da Geologia. Simultaneamente era docente do mestrado em Geociências, na área da especialização em Ensino das Ciências Naturais e, por isso, comecei a orientar teses de mestrado nesta área.

Ao mesmo tempo que sou docente no Departamento de Ciências da Terra na Universidade de Coimbra, sou aluna do Mestrado em Ciências da Educação, especialização em Psicologia da Educação, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, da mesma instituição. Em 2008, adquiro o grau de Mestre em Ciências da Educação. Apesar de nunca me ter dissociado da investigação científica, principalmente no âmbito do paleomagnetismo e do magnetismo ambiental, o ensino e a divulgação da Geologia, assim como a formação de professores são parte integrante de mim. Preparação de amostras para determinação da susceptibilidade magnética, Coimbra, Portugal, 2011 (Ana Rola). Educação em Geociências Orientei 42 dissertações de mestrado e 3 teses de doutoramento de temáticas relacionadas com o ensino e a aprendizagem em Ciências, principalmente a Geologia. Organizei diversos colóquios e encontros para professores e fui responsável por diversos cursos de formação de professores de Biologia e Geologia. Colaborei ainda com as escolas, através da realização de palestras. Fui convidada a escrever o prefácio de dois livros de divulgação, um dos quais escrito por alunos do ensino básico.

Apesar da diminuição do número de professores em formação inicial, considero que o ensino e a divulgação da Geologia, assim como a educação em Ciências são pontos fulcrais na minha atividade. Arrisco-me a dizer, que fazem parte de quem eu sou! O futuro da Geologia depende de continuamos a fazer aquilo que mais gostamos, a ensinar! Aknowlegment: To Armando Ferreira and Ana Rola. Celeste Romualdo Gomes, 8th November 2015, 53 years old