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Andrómaca

Estreia: 6 maio, 2014

Andrómaca, de Eurípides

Encenação: João Baptista

Sinopse

Marcada pela cessante lembrança da Guerra de Tróia e pela constante lamentação dos seus afetos, a Andrómaca de Eurípides transporta uma poderosa mensagem: a guerra gera ódios que causam devastação muito para além dos campos de batalha. As memórias da guerra passada são partilhadas por todas as personagens, até pelas que a viveram à distância. Passada a guerra, cada uma delas vive agora dramas pessoais que são fruto dessa tragédia coletiva. É o drama de Andrómaca que ocupa o lugar principal: já na Grécia, como escrava do filho de Aquiles, é vítima do ódio da sua senhora que, com a ajuda do pai, tenta conseguir a morte dela e do seu filho, que assiste à iminente tragédia. No entanto, são ambos poupados à morte, graças à ajuda de Peleu. Ultrapassada esta primeira tensão, a ação ganha uma nova amplitude, dando-nos a conhecer o drama de Hermíone, os sofrimentos passados de Orestes e, finalmente, a tragédia que atinge Peleu. Presas a um rígido xadrez por fortes condicionantes culturais e sociais e experimentando os limites dessas condições e das suas próprias identidades, estas personagens de Andrómaca medem-se, a si e ao seu mundo, pela diversa medida que pauta a moderação e o excesso. Antes do fim, manifesta-se a divindade que restabelece a ordem, relembrando os mortais da sua condição e premiando a conduta de Peleu. Quanto a Andrómaca, superada mais uma provação, ilesa e reunida ao filho, mantém no rosto a esperança e a nobre serenidade que inspira os justos.