NATÁLIA CORREIA | 1923 - 1993

Centenário do nascimento da poetisa

13 junho, 2023≈ 3 mins de leitura

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Nascida na Fajã de Baixo (Ilha de São Miguel, Açores) a 13 de setembro de 1923, Natália Correia notabilizou-se na área das letras como poeta, romancista, dramaturga, ensaísta, tradutora, guionista, jornalista e editora, deixando uma marca relevante no panorama da literatura portuguesa do século XX.

Amiga de alguns nomes importantes do meio cultural, como Cruzeiro Seixas, Tomaz Ribas, Martins Correia, José Augusto França, David Mourão Ferreira, entre outros, promoveu inúmeras tertúlias literárias e artísticas quer em sua casa, quer no “Botequim”, bar que fundou em 1971 e que ficou conhecido como local da tertúlia lisboeta frequentado por destacadas personalidades da cultura e da política.

O seu primeiro livro, Grandes Aventuras de um Pequeno Herói, uma narrativa infantil, foi publicado em 1946. A sua obra reparte-se por diferentes géneros, ficção, teatro, ensaio e poesia, na qual mais se notabilizou, com livros como Rio de Nuvens (1947), prefaciado por Campos de Figueiredo; O vinho e a Lira (1969), alvo de forte censura; Sonetos Românticos (1990), uma compilação de poemas de amor; ou o seu último livro datado do ano da sua morte, O Sol nas Noites e o Luar nos Dias.

Admiradora do Cancioneiro Medieval, organizou a Antologia de Poesia Erótica e Satírica (1966), Cantares dos Trovadores Galego-Portugueses (1970), Antologia da Poesia do Período Barroco (1982), e outras antologias de poesia portuguesa.

Além da sua atividade literária Natália Correia desempenhou outras funções no campo cultural. Foi coordenadora da editora Arcádia, diretora das publicações Século-Hoje e Vida Mundial e consultora para os Assuntos Culturais Internos da Secretaria de Estado da Cultura, em 1977.

Destacou-se igualmente no campo político, salientando-se da sua intervenção o apoio ao MUD - Movimento de Unidade Democrática e o apoio às candidaturas de Norton de Matos e de Humberto Delgado à Presidência da República, antes de 1974, e depois, como ativa deputada, ficou célebre pelas suas intervenções parlamentares, no período de 1979 a 1991.

Entre várias distinções, foi agraciada em 1976 com o prémio literário “La Fleur de Laure”, instituído pelo Centre International de Poésie Néo-Latine e pelo Comité du Prix Petrarque de Poésie Néo-Latine. Em 1991, recebeu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores pelo livro Sonetos Românticos.

Em 1981 foi-lhe atribuído o grau de Grande Oficial da “Ordem Militar de Santiago da Espada” e em 1991 o grau de Grande Oficial da “Ordem da Liberdade”.

Natália Correia veio a falecer subitamente em sua casa em Lisboa, no dia 16 de março de 1993, pouco depois de regressar do “Botequim”.

Exposição na Sala do Catálogo

Bibliografia

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