Uma biblioteca para todos

Os equipamentos estão instalados na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra e foram inaugurados no Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, 3 de dezembro.

MC
Marta Costa
KP
Karine Paniza
03 dezembro, 2021≈ 2 mins de leitura

Luis Barata, técnico superior dos SASUC, foi um dos primeiros a experimentar os novos aparelhos da biblioteca inclusiva.

© UC | Marta Costa

“Tudo o que nos permita encurtar as etapas que nos levam ao livro e à informação, são grandes mais-valias”. Luís Barata trabalha na Universidade de Coimbra (UC), no Apoio ao Estudante com Deficiência dos Serviços de Ação Social da UC, esteve presente e experimentou alguns dos novos equipamentos que fazem agora parte da Biblioteca Inclusiva da UC. “A biblioteca é um espaço de todos e sendo um espaço aberto à comunidade universitária, terá de ser de todos e para todos”, garante.

Luís Barata sabe que “a inclusão não se faz só por aqui”, mas acredita que disponibilizar “um espaço acessível a todos, que possa ser utilizado e com equipamentos que saibamos utilizar são grandes mais-valias”. “É um grande passo”.

Com equipamentos direcionados a dois grupos de utilizadores, por um lado a pessoas com dificuldades visuais e, por outro, dificuldades neuromotoras, a Biblioteca Inclusiva está situada na Biblioteca Geral da UC. É uma parceria da UC com a Fundação Altice e “é uma sala que foi pensada para permitir que os alunos acedam aos materiais de uma forma rápida e eficaz”, sublinha Ana Estelita. A diretora da Fundação Altice reforça que o objetivo da parceria passa por “promover situações que permitam condições iguais para todos”.

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Eis o que pode fazer:

“Não é só no dia 3 de dezembro [Dia Internacional das Pessoas com Deficiência] que vamos melhorar tudo”, afirma Bernardo Lopes. O estudante da Faculdade de Letras da UC defende que o trabalho “deve ser feito consoante a capacidade da UC e de todas as instituições”. De acordo com Bernardo Lopes, a meta é que “todas as pessoas com deficiência tenham as melhores condições no meio académico e na sociedade”. Sobre a biblioteca inclusiva, o estudante acredita que “é um passo pequeno, mas importante”. Agora, “é também importante que os professores venham trabalhar com os alunos, porque também é importante a formação”, recorda.

Na Universidade de Coimbra há "várias dezenas de pessoas com diversos graus de deficiência, mas independentemente disso, bastava que uma pessoa precisasse para valer a pena". O Reitor da UC, Amílcar Falcão, defende a igualdade, inclusividade e equidade como "pilares de missão" da universidade.

"O acesso à informação está mais democratizado e começámos a sentir que há muitos estudantes com deficiência que escolhem a UC precisamente porque sabem que aqui vão encontrar condições e que nós nos preocupamos em proporcionar soluções para que tenham um bom desempenho letivo", acredita.

No total, foram disponibilizadas pela Fundação Altice "quatro soluções" para a Biblioteca Inclusiva da UC. Com uma câmara que permite controlar o computador através do movimento dos olhos e um software adatado ao controlo através de botões ou manípulo, a primeira é direcionada para as limitações neuromotoras ou motoras graves.

Um equipamento que faz a leitura do texto e permite a gravação e transformação automática em áudiobook, é direcionado para pessoas com baixa visão ou com cegueira. Na mesma linha, foi disponibilizada uma câmara que amplia os textos e pode também ser usada em contexto de sala aula. Por fim, a linha braile, um equipamento que permite, quando ligado a um computador ou telemóvel, transformar textos em braile e vice-versa. Adicionalmente, foram ainda oferecidos mais dois softwares adicionais: um leitor de ecrã e um ampliador de ecrã.