Raras e Discretas, conhecer um pouco da história das primeiras mulheres da Universidade de Coimbra
Ciclo de conferências realiza-se a 26 de abril, no Arquivo da UC, a partir das 14 horas e tem como objetivo mostrar a história e as estórias das primeiras mulheres na UC, nos séculos XIX e XX.
“Discreta, honesta e de acordo com o seu sexo”, esta era uma das exigências feitas às primeiras mulheres que ousaram entrar na universidade.
“Raras e Discretas” é um ciclo de conferências que tem como objetivo dar a conhecer a história e as investigações realizadas sobre o acesso das mulheres ao ensino superior, em particular à Universidade de Coimbra (UC), nos séculos XIX e XX. Analisando ainda a forma como era encarada, em períodos anteriores, a relação das mulheres com o saber, trajetórias individuais, académicas e profissionais, bem como a presença feminina no processo de construção do conhecimento científico e da sua divulgação.
“Confesso que me sinto devedora destas primeiras raras e discretas porque, de facto, elas avançaram num contexto difícil e complicado”, ressalta a coordenadora científica do projeto, Irene Vaquinhas. “Em muitos depoimentos e testemunhos, estas estudantes eram consideradas pedantes e mulheres anti-naturais porque ousaram estudar e ter outras valências de caráter intelectual que não eram comuns nas mulheres da sua época”. Uma destas mulheres foi Domitilla de Carvalho. “A primeira estudante da Universidade de Coimbra que fez um curso completo entrou no ano letivo de 1890/1891”, explica Irene Vaquinhas.
A partir dos anos 60, a evolução acontece muito rapidamente. A viragem, para Irene Vaquinas, ocorre em 1983/1984 já que, no que diz respeito aos alunos da UC, é a partir deste ano que o número de alunas suplanta o de alunos na Universidade.
O público vai poder contar ainda com uma exposição documental organizada pelo Arquivo da Universidade de Coimbra (AUC) e Galeria Académica do Museu da Ciência da UC.
Organizado pelo Centro de História da Sociedade e da Cultura (CHSC) da UC, as conferências têm lugar a 26 de abril, no AUC a partir das 14 horas. A iniciativa está inserida na 19.ª Semana Cultural da UC.