Cientista da UC participa em estudo internacional pioneiro que estima que a esperança média de vida aumentará cerca de 5 anos até 2050

De acordo com o estudo publicado na prestigiada revista científica "The Lancet", em Portugal a esperança média de vida aumentará para 87,4 anos, no caso das mulheres, e para 82,5 anos, no caso dos homens.

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Catarina Ribeiro
21 maio, 2024≈ 4 mins de leitura

© Matthias Zomer @ Pexels

A esperança média de vida vai aumentar 4,9 anos até 2050, de acordo com um estudo publicado na prestigiada revista científica The Lancet. Neste artigo científico, que contou com a participação de uma investigadora da Universidade de Coimbra (UC), são analisados dados de 204 países, entre eles Portugal.

O artigo científico – intitulado Burden of disease scenarios for 204 countries and territories, 2022–2050: a forecasting analysis for the Global Burden of Disease Study 2021 e disponível aqui – contou com a participação de Mónica Rodrigues, investigadora do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) da UC.

A especialista explica que, no contexto nacional, “o estudo revela que para as mulheres, no momento do nascimento, a esperança de vida aumentará para 87,4 anos em 2050 (em 2022, era de 84,8 anos)”. “No caso dos homens, vai passar de 79,1 anos (dados de 2022) para 82,5 anos em 2050”, acrescenta.

“Esta tendência de aumento da esperança média de vida a nível global acontecerá graças à implementação de mais e melhores medidas de saúde pública, que têm contribuiu com mais e melhores prevenções, diagnósticos e tratamentos para diversas doenças, como as cardiovasculares, neonatais e nutricionais”, destaca a cientista da UC.

O estudo chama ainda a atenção para o impacto que as doenças não transmissíveis – como o cancro, a diabetes e doenças cardiovasculares – e a exposição a fatores de risco associados a estas doenças – como a obesidade, o tabagismo e o excesso de peso – vão ter nas próximas gerações.

Neste contexto, a mesma equipa de investigação publicou também um estudo em que alerta para principais fatores de risco para a saúde.

Intitulado Global burden and strength of evidence for 88 risk factors in 204 countries and 811 subnational locations, 1990–2021: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2021, este artigo científico está também publicado na revista The Lancet e contou também com a participação da cientista Mónica Rodrigues, estando disponível em www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(24)00933-4.

“Neste estudo foi possível identificar que o número de pessoas com problemas de saúde e com morte precoce, causada por fatores de risco como o nível excessivo de açúcar, a hipertensão, o colesterol LDL alto ou índice de massa corporal elevado, aumentou 49,4% entre 2000 e 2021”, revela a investigadora da UC.

“Temos pela frente imensas oportunidades para mudarmos e influenciarmos o futuro da saúde global, antecipando-nos a estes fatores de risco metabólicos e dietéticos, em particular os que estão relacionados com fatores comportamentais e de estilo de vida, como o consumo exagerado de açúcar e gordura”, elucida a investigadora Mónica Rodrigues.