Apresentação dos selos comemorativos dos 300 anos da Biblioteca Joanina

23 outubro, 2017≈ 4 mins de leitura

Os dois selos comemorativos dos 300 anos da Biblioteca Joanina, emitidos pelos Correios e Telecomunicações de Portugal (CTT), vão ser apresentados em Coimbra, no próximo dia 25 de outubro, pelas 18 horas. A cerimónia tem lugar no Piso Nobre da biblioteca.

Com esta emissão filatélica, os CTT «celebram o património cultural e arquitetónico de Portugal e levam-no além-fronteiras, através daquela que já por várias vezes tem sido apontada por organismos nacionais e internacionais como a “biblioteca mais bela do mundo”».

 

Os trezentos anos da Biblioteca Joanina
Texto de José Augusto Cardoso Bernardes, diretor da Biblioteca Geral:
A 17 de Julho de 1717, pelas 6 da tarde, na presença do Reitor Nuno da Silva Telles (o segundo deste nome) foi colocada a primeira pedra da Casa da Livraria, a mesma que viria depois a ser conhecida por “Biblioteca Joanina”.
Tudo acontecia na sequência de um pedido do mesmo reitor dirigido ao Rei, um ano antes, para que a Universidade fosse dotada de uma biblioteca adequada e digna.
Depois de iniciada, a obra decorreu sem interrupções nem percalços de maior. De tal forma que, no início de 1728, o edifício era dado por concluído. A universidade passava assim a dispor de uma biblioteca esplendorosa, que vinha substituir, com evidente vantagem, as diferentes casas que, em Lisboa e em Coimbra, tinham servido, sempre precariamente, para acomodar os livros usados por mestres e escolares.
Ao longo de trezentos anos, o edifício em causa viria a ser objeto de pequenas transformações exteriores e interiores que não lhe afetaram a traça nem a função. Em 1962, quando o edifício novo abriu ao público, a Biblioteca Joanina deixou de ser frequentada por leitores regulares. Só em ocasiões especiais se abriam as portas para receber visitantes ilustres como chefes de estado ou personalidades do mundo da Ciência, das Artes ou da Cultura.
Hoje, são em grande número as pessoas que procuram aquele espaço, integrado no circuito turístico da Universidade. Muitos confessam que não esperavam encontrar em Portugal uma celebração tão exaltante do livro e do conhecimento. Ficam particularmente surpreendidos quando lhes dizem que os volumes que se guardam naquele espaço (cerca de 60 mil, todos editados até ao ano de 1800) ainda hoje são objeto de procura regular.
Este ano, vão assinalar-se os trezentos anos da construção daquele que é um dos mais extraordinários edifícios jamais construídos em solo português.
Quase não é necessário insistir na beleza e no valor patrimonial daquela que já por várias vezes tem sido apontada por organismos nacionais e internacionais como a “Biblioteca mais bela do mundo”. A importância da velha Casa da Livraria, porém, não reside apenas no seu aparato. Acima de tudo, as mensagens da Joanina apontam para a importância insubstituível do Livro, enquanto veículo de conhecimento e instrumento central da emancipação humana.

 

Nota de Imprensa: Cristina Pinto
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