África hoje: um olhar ibérico para o continente africano

09 setembro, 2014≈ 4 mins de leitura

© UC | Marta Costa

No ano em que se assinalam os 40 anos dos acordos de transição da independência dos países africanos, o Centro de Estudos Sociais (CES) e a Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC) recebem o IX Congresso Ibérico de Estudos Africanos.

“África Hoje: Tempos e espaços de transformação” realiza-se nos dias 11, 12 e 13 de setembro e pretende juntar centenas de especialistas nacionais e estrangeiros para debater as mudanças no contexto africano de expressão ibérica. Pretende-se “desconstruir a ideia de olhar África como um todo”, refere Maria Paula Menezes, do CES. “Através de estratégias de pesquisa, do olhar para os casos fazendo análises comparadas, queremos alargar os olhares e desafiar esta imagem”, afirma a investigadora e uma das organizadoras do evento.

Queremos alargar os olhares e desafiar esta imagem

O encontro ibérico tem ainda como objetivo discutir o colonialismo, o nacionalismo, a descolonização e os projetos nacionais que surgiram após as independências em 1975 – em 2015 celebram-se os 40 anos das independências – e conta, para isso, com a participação de vários especialistas. A organização destaca: Lídia Brito, Diretora de Políticas de Ciência e Capacitação da UNESCO; Inocência Mata, Professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa na área de Literaturas, Artes e Culturas; Carlos Cardoso, diretor do departamento de pesquisa do Conselho para o Desenvolvimento da Pesquisa em Ciências Sociais em África (CODESRIA); José Luís Hopffer Almada, poeta, crítico e ensaísta de grande relevo na cultura e literatura de Cabo Verde e Manuel Ennes Ferreira, professor do Departamento de Economia do ISEG/ULisboa.

Para além das sessões plenárias, durante as manhãs, o programa apresenta sessões paralelas durante a tarde. Maria Paula Menezes, da organização, revela que vão ser 33 painéis, que contam, até agora, com cerca de 200 apresentações.

Em paralelo com o congresso vão estar outras atividades. De destacar, a exibição de dois filmes, na sala 1 do CES, pelas 21 horas, seguidos de comentários, no final de cada apresentação. No dia 10 de setembro, antes do início do congresso, apresenta-se “Legna: habla el verso saharaui”, realizado e comentado por Juan Robles e Juan Carlos Gimeno, sobre o Sahara Ocidental. Já para o último dia, o filme escolhido vai ser sobre a Guiné: “A Batalha de TabatÔ”, de João Viana, com comentários de José Pires Laranjeira, da Faculdade de Letras da UC. O programa cultural inclui ainda uma feira do livro e o lançamento de duas obras, com a presença dos autores. Uma mesa redonda está ainda prevista para o último dia do congresso, vai juntar um arquiteto, uma pintora, um músico e um economista, para debater “o papel das artes no promover de uma nova imagem do continente africano”, afirma Maria Paula Menezes.

O programa completo disponível aqui.

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