Sociedade Portuguesa de Hematologia distingue investigadores da FMUC

30 novembro, 2020≈ 3 mins de leitura

Distinção SPH

A comunicação oral “Resistência adquirida a inibidores de proteasoma em mieloma múltiplo: Estudos in vitro” apresentada pela Doutora Raquel Alves, na reunião anual da Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH), que decorreu recentemente, foi distinguida com o 1º Prémio poster/comunicação oral trabalho experimental. A equipa de investigação liderada pela Professora Ana Bela Sarmento-Ribeiro é ainda constituída, para além da Doutora Raquel Alves,  pelos docentes Ana Cristina Gonçalves e José Manuel Nascimento Costa, pelas investigadoras Joana Jorge e Beatriz Lapa e pelos estudantes Diogo Roque, Nisa Magalhães, Maria Inês Costa, Eduardo Gomes e Diana Figueiredo.

O conhecimento dos mecanismos moleculares envolvidos no mieloma múltiplo, uma neoplasia do sistema hematopoiético, levou à utilização de inibidores do proteasoma para o seu tratamento. Apesar dos avanços obtidos com estes novos fármacos, esta neoplasia continua incurável e a recidiva da doença pode ocorrer por aquisição de resistência ao tratamento, comprometendo a sobrevivência dos doentes. Assim, torna-se fundamental o desenvolvimento de modelos laboratoriais que permitam estudar o desenvolvimento de resistência a estes fármacos e identificar estratégias para os ultrapassar.

Este trabalho teve como objetivo avaliar os mecanismos moleculares envolvidos na resistência aos inibidores do proteasoma utilizados no tratamento do Mieloma Múltiplo e estudar a forma de ultrapassar esta resistência. Para alcançar o objetivo proposto, foram desenvolvidos modelos in vitro (linhas celulares de mieloma múltiplo) resistentes aos 3 inibidores de proteasoma disponíveis na clínica para o tratamento desta patologia. Os resultados obtidos permitiram identificar a possibilidade de resistência cruzada entre 2 dos 3 inibidores do proteasoma utilizados, bem como.a relevância dos transportadores de efluxo para a aquisição dessa resistência. Estes transportadores são responsáveis pela remoção dos fármacos do interior das células tumorais condicionando a eficácia do tratamento. Os resultados obtidos abrem a possibilidade à avaliação de novas abordagens terapêuticas para ultrapassar a resistência.


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