Primaveras Estudantis: da crise de 1962 ao 25 de Abril | Colóquio e exposição assinalam os 60 anos da contestação estudantil ao Estado Novo

17 março, 2022≈ 4 mins de leitura

© 50 anos 25 de abril

Primaveras Estudantis: da crise de 1962 ao 25 de Abril

Colóquio e exposição assinalam os 60 anos da contestação estudantil ao Estado Novo

No dia 24 de março, data em que em que o regime democrático cumprirá 17 500 dias – por sinal mais um do que os dias vividos em ditadura –, assinala-se também o Dia do Estudante, e este será o grande tema em destaque nas comemorações, dado que coincide com os 60 anos da crise académica que abalou o regime em 1962.

A data será assinalada com o colóquio Primaveras Estudantis: da crise de 1962 ao 25 de Abril, na Reitoria da Aula Magna, em Lisboa, a partir das 9:30. Alguns dos principais protagonistas das crises académicas vão desfiar memórias, na primeira pessoa, e juntar-se no tradicional almoço-convívio na Cantina da Universidade de Lisboa.

A iniciativa conta com as intervenções do Presidente da República e do presidente da Assembleia da República, bem como do reitor da Universidade de Lisboa e do comissário executivo das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Esta constitui a primeira iniciativa do programa oficial de comemorações promovido pelo Governo e Presidência da República.

Será ainda estreado o documentário “Sampaio, Caetano e Salazar: o confronto de 1962”, realizado pelo jornalista Jacinto Godinho e produzido pela RTP.

Do programa constam, ainda, os painéis “A memória das crises académicas na primeira pessoa” e “Os movimentos associativos estudantis e a construção da democracia”, este último com a participação de Álvaro Garrido, Diretor da FEUC.

Já ao final da tarde, será inaugurada no Museu de História Natural uma exposição alusiva ao mesmo tema, e que a partir do final do verão será exposta em Coimbra, outra cidade que foi epicentro da contestação estudantil de 1962. Álvaro Garrido, diretor da FEUC, é o comissário científico da exposição "Primaveras Estudantis. Da Crise de 1962 ao 25 de Abril"

A exposição “Primaveras Estudantis: da crise de 1962 ao 25 de Abril” pretende mostrar a importância do movimento estudantil para a democracia portuguesa. Filmes originais guardados em arquivos públicos e particulares, sons da rádio pública, fotografias censuradas que nunca puderam ser impressas nos jornais, comunicados redigidos clandestinamente, cartazes e muitos outros objetos de valor histórico, recolhidos em coleções públicas e pessoais, estarão em exibição nos monitores, pontos de escuta e vitrines.

Esta viagem multimédia inclui ainda um mural de homenagem aos mais de 900 estudantes presos durante a ditadura.

Coordenada por Álvaro Garrido, professor de História da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e autor de obras de referência sobre a história económica e social do século XX, uma equipa de três historiadores (Ana Sofia Ferreira, Francisco Henriques e Gil Gonçalves) e um jornalista (Paulo Pena) produziu, com conceção e realização museográfica de António Viana, uma detalhada cronologia dos acontecimentos dessas “Primaveras Estudantis” que abalaram a ditadura e formaram civicamente várias gerações.

A exposição estará patente no Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa, até dia 28 de agosto, período durante o qual os serviços educativos organizarão visitas comentadas, seguindo para Coimbra no último trimestre do ano.

https://www.ulisboa.pt/evento/coloquio-primaveras-estudantis-da-crise-de-1962-ao-25-de-abril

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