Tempestade geomagnética de 01/12/2023

04 dezembro, 2023≈ 2 mins de leitura

A chegada à Terra de material proveniente de três ejeções de matéria coronal separadas, mas que se juntaram numa nuvem de plasma única no caminho do Sol para a Terra, desencadeou na manhã de dia 01 de dezembro uma tempestade geomagnética com índices de atividade planetária Kp = 7. Este corresponde ao terceiro maior grau de atividade geomagnética (tempestade forte) constituída por cinco níveis.

Recorrendo aos dados do Observatório Geofísico e Astronómico da Universidade de Coimbra, foi possível acompanhar esta tempestade geomagnética desde o seu início, e verificamos que está agora na fase de recobro, passados 3 dias (ver figura). Para efeitos de comparação, veja-se também o registo do Observatório de Coimbra referente às duas tempestades mais intensas até ao momento em 2023, a 23 de março e 23 de abril.

Como se pode verificar, a tempestade de 1 de dezembro não foi particularmente intensa, mas teve características muito próprias. Comparando com as tempestades de março e abril, verifica-se que o valor da componente X do campo geomagnético (Norte-Sul) não desceu a valores tão baixos. No entanto, o início da tempestade de dezembro (o Sudden Storm Commencement) é muito bem marcado, melhor do que para as outras duas.

Investigadores do Departamento de Física/CITEUC têm estudado estes eventos por forma a entender como eles podem afetar setores de atividade como o transporte de energia elétrica, através da indução de GICs (correntes geomagneticamente induzidas) na rede elétrica e nas subestações da REN.

Componente Norte-Sul (X) do campo magnético terrestre, medida em unidades de nanotesla, como registado pela estação magnética do OGAUC (código IAGA: COI).
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