Apresentação de sistema muito sensível para deteção de células cancerígenas em palestra promovida pelo Centro de Ecologia Funcional

21 maio, 2019≈ 3 mins de leitura

© DR

Na próxima sexta-feira, dia 24 de maio, pelas 11 horas, o cientista Paulo Rocha, da Universidade de Bath, no Reino Unido, profere uma palestra no Anfiteatro 1 do edifício São Bento do Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

Intitulada “Ultra-low noise system to detect electroactive glioma cells and beyond”, a palestra vai focar-se na apresentação de um sistema muito sensível para deteção de células cancerígenas desenvolvido pela equipa de Paulo Rocha.

Segundo o cientista, «os avanços na medicina dependem, cada vez mais, da perceção de sinais elétricos entre os nervos e/ou órgãos. As células eletrogénicas são, normalmente, monitorizadas através de matrizes de microeléctrodos (MEAs), que consistem em elétrodos planares num substrato em contacto próximo com células em cultura. A principal aplicação das MEAs é a deteção de potenciais de ação em neurónios. A resposta neuronal é tipicamente registada no regime de KHz. Como consequência, os eventos de baixa frequência são filtrados. A sua deteção é inibida».

«As células gliais, assim como as suas contrapartes transformadas, as células do glioma, não exibem potenciais de ação. Em vez disso, o seu potencial de membrana, exibe oscilações minutas e de baixa frequência. Para medir essa atividade elétrica – que é extremamente pequena – criámos um método de deteção sensível baseado em elétrodos de baixa impedância. O transdutor é colocado dentro de uma incubadora e toda a instrumentação fica protegida por uma gaiola de Faraday. O nível de ruído de fundo diminuiu para valores inferiores a 1 μV», explica Paulo Rocha.

Com este método, acrescenta, «pela primeira vez, pudemos detetar as oscilações de corrente capacitivas de membrana de baixa frequência em grandes populações de células cancerígenas, por exemplo, glioma C6. Foram usados inibidores farmacológicos específicos e demonstrámos que a atividade das células do glioma é causada, principalmente, pela abertura dos canais de iões de Na+ e K+».

O sistema desenvolvido pela equipa de Paulo Rocha oferece uma abordagem única para estudar as propriedades eletrofisiológicas de populações de células, como uma referência in vitro para os tumores in vivo.

A palestra é promovida pelo Centre for Functional Ecology – Science for People & the Planet da FCTUC.

 

FCTUC (Cristina Pinto)
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