Centenário da "Seara Nova"

A revista “Seara Nova” nasceu na sequência de uma reunião realizada na Biblioteca Nacional, entre Raul Brandão, Raul Proença, Aquilino Ribeiro, Ferreira Macedo, Jaime Cortesão e Luís da Câmara Reis, corria o ano de 1920.

Além da criação da “revista quinzenal de doutrina e crítica”, foi igualmente criada a Empresa de Publicidade “Seara Nova”, constituída em 1921, a qual, paralelamente à revista, editou dezenas de títulos dos quais se destacam os que se publicaram na “Coleção Seara Nova” e nos “Cadernos Seara Nova”, em várias séries.

Inicialmente, o grupo propunha-se realizar um programa de ações políticas e sociais no sentido da transformação e revitalização da sociedade portuguesa, acolhendo todos aqueles que pudessem de algum modo contribuir positivamente para a dinamização destas ações e para a sua implementação a nível nacional.

Durante um século, em que por força da conjuntura política conheceu alguma irregularidade (na periodicidade, no número de páginas e na própria configuração do corpo redatorial), a revista “Seara Nova” desenvolveu uma notável ação sociocultural (no domínio científico, filosófico, literário e político), para a qual contribuíram, a par dos  fundadores, intelectuais brilhantes como Abel Salazar, António Sérgio, Rodrigues Lapa, Augusto Abelaira, Agostinho da Silva, Castelo Branco Chaves, Adolfo Casais Monteiro ou Alves Redol, entre outros.

A presente exposição visa assinalar o centenário da revista que, no dizer de António Pedro Pita, “desenvolveu, desde a sua fundação em 1921 até ao final da década de setenta, um excecional trabalho cívico, cultural e pedagógico, centrado na necessidade de (re)descoberta do elemento social da democracia, na definição da verdadeira identidade das elites intelectuais, na actualização de soluções para os problemas estruturais da sociedade portuguesa, cujo diagnóstico sistemático não foi das suas menores preocupações.”

Na Sala do Catálogo da Biblioteca Geral, de 17 de setembro a 22 de outubro de 2021.