No âmbito do ciclo Disseminações, os Encontros de Fotografia apresentam Silêncio, uma exposição com obras de António Júlio Duarte, Bernard Plossu, Christophe Bourguedieu, Cristina Garcia Rodero, Didier Morin, Edgar Martins, Frederic Bellay, Flor Garduño, George Krause, Inês Gonçalves, Javier Campano, Jorge Molder, Martine Voyeux, Paulo Brighenti e Paulo Nozolino.

No âmbito do ciclo Disseminações, os Encontros de Fotografia apresentam Silêncio, uma exposição com obras de António Júlio Duarte, Bernard Plossu, Christophe Bourguedieu, Cristina Garcia Rodero, Didier Morin, Edgar Martins, Frederic Bellay, Flor Garduño, George Krause, Inês Gonçalves, Javier Campano, Jorge Molder, Martine Voyeux, Paulo Brighenti e Paulo Nozolino. Parte integrante da Colecção dos Encontros de Fotografia, estas são obras de artistas cujo percurso está intrinsecamente ligado aos 44 anos da história da instituição.

Surgidos nos anos 80, numa altura em que a representatividade da fotografia no nosso país era praticamente nula, os Encontros de Fotografia nascem com o intuito de inscrever Portugal no circuito internacional da fotografia contemporânea, sendo responsáveis pelo primeiro grande evento de arte contemporânea nacional e estabelecendo raízes e percursos da imagem fotográfica que se estendem à prática dos artistas de hoje.

Esses eventos transformaram Coimbra num pólo de divulgação da fotografia moderna e contemporânea, promovendo a apresentação regular de exposições de fotógrafos incontornáveis da História da Fotografia, bem como a encomenda de projectos específicos a artistas reconhecidos no circuito da arte internacional e a aposta em autores portugueses.

O caso particular das encomendas de projectos fotográficos em diversas regiões de Portugal promoveu a descoberta do nosso território sob um novo olhar, quer pelas lentes dos fotógrafos estrangeiros, quer pelas lentes de jovens fotógrafos portugueses cujo interesse por este medium foi claramente impulsionado pelos Encontros de Fotografia. Muitos desses jovens fotógrafos são, hoje em dia, nomes reconhecidos no panorama artístico, cuja aprendizagem proporcionada pelo festival se revelou posteriormente fundamental para o desenvolvimento da fotografia em Portugal.

A partir de 1993, a linha orientadora dos Encontros de Fotografia tornou-se fortemente tematizada, seguindo um critério que se considerava corresponder aos desafios colocados por uma esfera cultural em permanente mutação e onde o papel desempenhado pelas instituições artísticas era cada vez mais significativo. Deste esforço resultaram exposições temáticas totalmente produzidas pelos Encontros de Fotografia, das quais se destacam "Itinerários de Fronteira", em 1994, "Terras do Norte", em 1995, e "Sul" em 1996 (projecto "Portugal, Fim de Século"), bem como "Europa", em 1997 e "Paisagens do Quotidiano", em 1998 (projecto "Europa").

Ao longo dos mais de 40 anos de história, os Encontros de Fotografia foram reunindo no seu espólio uma vasta e importante colecção de fotografia, com mais de 2500 obras, fazendo dela um dos acervos mais importantes de âmbito institucional privado a nível nacional. Esta colecção, bem como o extenso fundo bibliográfico decorrente das exposições produzidas pelos Encontros de Fotografia, é em grande parte composta por obras resultantes desta política de encomendas que a instituição desenvolveu nos anos 90 e, neste contexto, encerra em si mesma um conjunto de imagens da própria história mais recente de Portugal, assumindo desta forma um papel indiscutível na perpetuação da memória cultural colectiva do país.

Assim, os Encontros de Fotografia, além de se terem afirmado como o mais importante agente de divulgação e produção de fotografia no nosso país, construíram, através da sua Colecção de Fotografia, um corpo de imagens sobre o país no final de século XX, cujo valor documental e estético é inegável.

O Centro de Artes Visuais, inaugurado em 2003, surge para dotar e capacitar a associação Encontros de Fotografia de meios estruturais que até então este festival não tinha tido. Desta forma, este equipamento cultural tornou-se uma instituição ímpar e pioneira nas artes visuais em Portugal pela sua situação única no contexto da divulgação das artes da imagem, a sua situação independente (como oriunda de uma associação) e a sua estratégia de coleccionismo no campo da fotografia, aliada a uma política expositiva e editorial que privilegia a contemporaneidade da fotografia no contexto da arte contemporânea.

O programa Disseminações, integrado no ciclo a vida apesar dela, propõe dar continuidade ao propósito de divulgar a Colecção Encontros de Fotografia e proporcionar o contacto directo com um público abrangente e diversificado. Um encontro que não acontece no espaço do CAV, mas que pretende ocupar diversos locais na cidade de Coimbra, como um reflexo do que os Encontros de Fotografia fizeram durante 20 anos com o seu festival, e que se espera vir a alcançar novos públicos e fomentar novos hábitos de fruição da imagem fotográfica.