A Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (BGUC) convidou Filipa Martins a falar sobre a sua biografia de Natália Correia («O Dever de Deslumbrar»), numa sessão que é coorganizada com o programa Leituras em Diversidade / CES- NS, e que vai celebrar a poeta com a leitura de alguns dos seus poemas por Fabrina Martinez, Cristina Del Villar Toribio e Kátia Nascimento.
É a segunda iniciativa de «Depósito Legal: Novos Livros, Novas Leituras», um ciclo de programação da BGUC dedicado a obras recém-publicadas.
Com o objetivo de promover o conhecimento de novas publicações no espaço público, a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra organiza o ciclo “Depósito Legal”. Autores e autoras em diversos domínios da criação científica, literária e artística são convidados/as a falar sobre os seus livros.

A sessão terá lugar no dia 23 de novembro, quinta-feira, às 18h00, na Sala de São Pedro, no 2.º piso da BGUC.

A entrada é gratuita, mas sujeita a inscrição prévia (para o email bg-eventos@bg.uc.pt ou no formulário disponível em https://bit.ly/bguc23nov), devido à lotação limitada.

SINOPSE
O Dever de Deslumbrar

Intimidando pela verve de aríete e pela beleza, Natália Correia simbolizou, como poucos, as inquietações do século XX português. Precoce e radical no pensamento feminino, vítima de efabulações e de mitos, incompreendida e amada, lançou um olhar oracular sobre o seu tempo. Em tertúlias, que eram verdadeiras olimpíadas da confraternização lisboeta, o seu traço aglutinador envolvia, juntamente com o fumo dos cigarros, intelectuais e admiradores, que se irmanavam com párias e malditos em ideias e poemas de vanguarda.
Mulher deslumbrante e carismática, equiparada às maiores pensadoras europeias e às estrelas de Hollywood, atacou o Regime onde mais lhe doía - na moral caduca -, elegeu o erotismo como arma política e tornou-se a autora mais censurada da ditadura. Já no bar que fundou em Lisboa, fez e desfez governos à batuta da sua boquilha.
Nesta biografia, da autoria de uma das vozes mais seguras da nova literatura portuguesa, convivem a libertária e a conservadora, avessa a expor a sua atribulada vida íntima, a mulher que desprezava a política partidária e que nela viveu, inclusive como deputada; o espírito frágil e o temperamento intempestivo; o polémico exercício de funções diretivas em órgãos de imprensa e a defesa intransigente das causas maiores; e, em todas as páginas, as contradições e coerências de uma pensadora capaz de criar para si própria uma narrativa que não a torturasse pelas escolhas que fez.

CRÍTICAS

«Uma excelente biografia porque oferece um retrato comportamental de Natália que é fiel ao modelo retratado.»
Lídia Jorge

«Fosse Natália Correia viva, e sem dúvida que se orgulharia desta biografia, «O Dever de Deslumbrar» – saída do trabalho exaustivo e do talento da escritora Filipa Martins.»
João de Melo

NOTA BIOGRÁFICA

Filipa Martins é jornalista, romancista e argumentista. É atualmente doutoranda em Estudos Portugueses na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Recebeu o Prémio Revelação, na categoria de Ficção, atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores (APE), com Elogio do Passeio Público (Guimarães Editores, 2008), o seu primeiro romance. Obteve também o Prémio Jovens Criadores do Clube Português de Artes e Ideias com Esteira. É autora dos romances Quanta Terra (Guimarães Editores, 2009), Mustang Branco (Quetzal Editores, 2014) e Na Memória dos Rouxinóis (Quetzal Editores, 2018). Foi finalista dos Prémios Sophia da Academia Portuguesa de Cinema em 2022, na categoria melhor argumento original, pelo filme Bem Bom (escrito em coautoria com Cucha Carvalheiro e Patrícia Sequeira). Foi também coargumentista da série televisiva Três Mulheres (RTP, 2018). Dedicou-se – nos últimos seis anos – a estudar a vida e a obra de Natália Correia, tendo sido coautora de um documentário, coargumentista da série de televisão Insubmissa (RTP, 2021) sobre esta escritora açoriana e autora da biografia O Dever de Deslumbrar (2023, Contraponto Editores).