Sala do Catálogo
Viajar constitui um atributo particular do ser humano, uma necessidade intrínseca de enriquecimento e realização pessoal. O relato dessas viagens foi amplamente documentado em livros para assinalar essas digressões, inicialmente de um mundo em progressiva descoberta, quer com objetivos de conhecimento científico e histórico, quer numa perspetiva literária sob a forma de narrativa de aventuras, reais ou imaginárias.
Esta exposição pretende mostrar os livros de viagens nas suas diversas vertentes.
Num primeiro núcleo encontram-se obras do séc. XVII e séc. XVIII que versam predominantemente as viagens de expansão e colonização europeias, no anseio de conquista e exploração de novos territórios. Aqui se inclui uma rara edição espanhola publicada em Saragoça em 1601, com a descrição da viagem de Marco Polo através da Ásia no final do século XIII, e a obra “Voyages faits principalement em Asie […]”, publicada em Haia em 1735, pelo geógrafo Pierre Bergeron. Esta obra contém vasta matéria sobre instrumentos e métodos de navegação e descrições detalhadas das primeiras viagens de exploração, realizadas principalmente pelos portugueses, holandeses, espanhóis, franceses e britânicos.
Nos núcleos seguintes encontram-se expostas diversas edições sobre o tema das expedições marítimas e das viagens exploratórias, portuguesas e estrangeiras, além de guias e roteiros de caráter geográfico, histórico e antropológico.
O núcleo final integra um conjunto diversificado de obras mais recentes, combinando ficção e realidade, através da descrição de viagens efetivamente realizadas e vividas com viagens imaginárias e fantasiosas. Convivem aqui “As Cidades Invisíveis”, de Italo Calvino, “As aventuras de Tintin”, ou “Voyages du capitaine Gulliver en divers pays éloignés” (Haia, 1778), com as descrições e as histórias contadas em obras como “Planisfério Pessoal”, de Gonçalo Cadilhe, “Sul”, de Miguel Sousa Tavares ou “Lugares Distantes”, de Andrew Solomon, uma obra com o sugestivo subtítulo “como a viagem pode mudar o mundo”.