Primeira sessão de «A Antropologia e os desafios do século XXI: das paisagens humanizadas à inteligência artificial», um ciclo de conversas organizado pelo Centro de Investigação em Antropologia e Saúde.

"As paisagens humanizadas: a coexistência entre macacos mona (Cercopithecus mona) e comunidades humanas (Homo sapiens sapiens) em São Tomé e Príncipe"

com

  • Gonçalo Jesus (UL e CIAS/UC)
  • Catarina Casanova (UL e CIAS/UC)

A entrada é gratuita, mas sujeita a inscrição prévia (para o email bg-eventos@bg.uc.pt ou neste formulário), devido à lotação limitada.

Org. CIAS, BGUC

Nesta apresentação procuramos mostrar a cada vez maior dificuldade entre a coexistência abrangendo as comunidades humanas, os macacos Mona e a biodiversidade no geral, sobretudo em paisagens cada vez mais humanizadas.

Os mona (tal como outros animais) chegaram à ilha de São Tomé e Príncipe levados por marinheiros pela primeira vez no séc. XVII (outras vagas vieram mais tarde) vindos de diversos regiões Africanas, desde a Guiné-Bissau ao Ghana. Até agora, os mona conseguiram adaptar-se ao ambiente local alimentando-se de frutos e outros alimentos não disponíveis no continente, facto que demonstra a enorme capacidade e flexibilidade comportamental dos primatas. Infelizmente, todas as espécies de primatas que foram acidentalmente levadas para ilhas (ou até propositadamente como pets, comida, entre outros fins) estão a sofrer mudanças demográficas dramáticas e parecem estar a extinguir-se localmente em alguns pontos das diferentes ilhas (desde Granada, São Tomé e Príncipe, St. Ivans e Cabo Verde). Embora a resposta seja a conservação, esta não existe sem a participação das pessoas, e deve por isso ser pensada para as comunidades alvo, ao contrário de exportar planos de conservação do norte global que não funcionam nos cenários culturais do sul global.