Episódio #10 - Prémios Santander-UC de Inovação Pedagógica

Criados em 2019, os Prémios Santander-UC de Inovação Pedagógica surgiram com a missão de estimular e reconhecer projetos e iniciativas de inovação pedagógica na Universidade de Coimbra (UC) promovidas pelo corpo docente. Em simultâneo, estes prémios potenciam novos ambientes de aprendizagem, contribuindo, desta forma, para estimular diálogos renovados entre professoras/es e alunas/os e também entre os discentes e as matérias lecionadas. Estivemos à conversa com o coordenador do Projeto Especial Aprendizagem e Inovação Pedagógica na Universidade de Coimbra (UC-AIPED), Jorge Figueira, estrutura que tutela os Prémios Santander-UC de Inovação Pedagógica, para descobrir como decorrem as candidaturas a esta distinção e os resultados que têm sido atingidos.

Desde que começaram a distinguir as práticas pedagógicas inovadoras na Universidade de Coimbra, os Prémios Santander-UC de Inovação Pedagógica já galardoaram inúmeras iniciativas que têm um denominador comum: introduzir formas inovadoras de aprendizagem na nossa Universidade. Sendo o ensino e a inovação pilares estruturantes da UC, os prémios surgem para “fazer um reforço positivo das práticas inovadoras que promovem a pedagogia dentro da Universidade”, explica o coordenador do Projeto Especial Aprendizagem e Inovação Pedagógica na Universidade de Coimbra, Jorge Figueira.

Com periodicidade anual, os Prémios Santander-UC de Inovação Pedagógica assinalam em 2021 a sua 3.ª edição e têm permitido “ensinar melhor, o que significa também aprender melhor, ter melhores resultados na aprendizagem e na aquisição do conhecimento”, salienta Jorge Figueira. O prémio atribui às iniciativas vencedoras 1 000 euros, que devem ser aplicados na execução da ideia apresentada a concurso. Os projetos apresentados devem cumprir três principais critérios: “serem inovadores na forma de ensinar, terem um impacto positivo na aprendizagem e serem escaláveis para outras áreas e disciplinas”, explica o responsável. Jorge Figueira adianta ainda que a capacidade de aliar a investigação à prática pedagógica e a interdisciplinaridade são também parâmetros que o júri tem em grande consideração na avaliação de candidaturas, assim como a articulação das iniciativas com os desafios de sustentabilidade integrados na Agenda 2030 das Nações Unidas. A forma de submissão de propostas é simples: as/os docentes devem submeter um formulário onde conste a descrição da iniciativa, a apresentação da equipa de docentes envolvida, os resultados a atingir e a forma como o valor do prémio será investido na melhoria do projeto que apresentam a concurso.

Quanto às áreas de intervenção das iniciativas e do público-alvo, não há limites à criatividade: os projetos podem integrar qualquer área do saber e podem ser direcionados para qualquer ciclo de estudos da Universidade. Projetos das áreas do Direito Ambiental, dos Estudos Artísticos, da Saúde, da Física, da Engenharia, do Design, do Direito, das Ciências da Vida, da Inteligência Artificial e da Estatística foram premiados nas anteriores edições dos Prémios Santander-UC de Inovação Pedagógica.

Até hoje, os projetos reconhecidos procuraram, em larga escala, transmitir o conhecimento aos/às estudantes de forma distintiva. O recurso a jogos para ensinar alunas/os a debater diferentes posições e pontos de vista na resolução de conflitos sociais relacionados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável; a utilização de um canal de YouTube para contar histórias para melhor entender o Direito; a promoção do contacto entre atuais estudantes de licenciatura e alumni com percursos alternativos nas áreas da Biologia e Bioquímica; a introdução de técnicas para a gestão da mente durante as atividades em sala de aula; a produção de vídeos pedagógicos em português a partir de conteúdos disponíveis somente em inglês e a promoção de novos pontos de contacto online entre docentes e discentes; a compreensão inclusiva da Estatística a partir do uso conjunto da visão, da audição e do tato; o recurso a metodologias do design de serviços para o desenvolvimento de propostas de soluções inovadoras para problemas no contexto dos serviços e cuidados de saúde; a utilização de telemóveis para, num ambiente de crowdsourcing, realizar algumas experiências científicas relacionadas com os conteúdos pedagógicos; a promoção do contacto com outras áreas do conhecimento para desenvolver abordagens artísticas a temas científicos; ou o cruzamento de metodologias como a aprendizagem ativa e invertida, centrada na/o estudante, realizada com um equilíbrio entre as componentes síncrona e assíncrona, entre o modo presencial e remoto, são exemplos de atividades que foram desenvolvidas no âmbito das anteriores edições dos Prémios.

O apoio pecuniário permitiu aos/às docentes agraciados/as a aquisição de materiais para a implementação das iniciativas vencedoras. Mas, acima de tudo, o reconhecimento trouxe motivação para procurar novas formas de ensinar, desafiando também as/os estudantes a interagir com diferentes métodos de ensino e aprendizagem e respondendo aos diferentes percursos académicos das/os alunas/os.

É com a vontade de reconhecer quem “dá o passo de criar novas formas de ensinar e de inspirar outras pessoas a fazê-lo”, adianta o coordenador do AIPED-UC, que os Prémios Santander-UC de Inovação Pedagógica continuam ao dispor das/os docentes da Universidade de Coimbra e, em simultâneo, das novas gerações de estudantes que “têm novas exigências e novas necessidades”. Essas novas matrizes de conceber o ensino obrigam o “corpo docente, e a Universidade, a reinventar-se e a descobrir novas formas de ensinar e novas formas também de aprender”, acrescenta. E é do encontro entre a constante vontade de melhor ensinar e a missão de continuar a estimular estudantes na aquisição de novos conhecimentos que nasce esta iniciativa, aberta a todo o corpo docente da Universidade de Coimbra.

Produção e Edição de Conteúdos: Catarina Ribeiro, DCOM e Inês Coelho, DCOM

Imagem e Edição de Vídeo: Marta Costa, DCOM

Edição de Imagem: Sara Baptista, NMAR

^{Publicado a 12.01.2022}