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Welwitschia mirabilis

Welwitschia mirabilis, planta de características invulgares, contemporânea dos dinossauros é uma relíquia vegetal do Jurássico e uma planta endémica, restrita ao deserto do Namibe/Moçâmedes (entre a zona costeira da Namíbia e de Angola). É considerada um ícone botânico, pertencente ao grupo das Gimnospérmicas (plantas com pinha).

Planta dióica (plantas masculinas e femininas, em indivíduos diferentes), perene, lenhosa, cresce muito lentamente, tem uma raiz principal, tronco muito curto e apenas duas folhas. Estas são opostas, verde-escuro, com crescimento permanente e quando adultas são rasgadas pelo vento, assumindo a planta, por isso, o aspeto de um grande polvo imobilizado na areia.

Foi descoberta pelo botânico e médico austríaco, Friedrich Martin Josef Welwitsch (1806-1872), no dia 03 de setembro de 1859, perto do Cabo Negro (sudoeste de Angola), nas explorações da flora e da fauna (1853 a 1861) sob o patrocínio Português.

O exemplar BOT.02379 foi recolhido no deserto do Namibe/Moçâmedes, durante as expedições botânicas a Angola (https://www.uc.pt/en/herbario_digital/history/Carrisso) lideradas por Luís Wittnich Carrisso (1886-1937). Professor de Botânica da Universidade de Coimbra trouxe para a Universidade este e muitos outros exemplares, de bem maiores dimensões, agora no Museu da Ciência, vindo a falecer no dia 14 de junho de 1937, em pleno deserto de Moçâmedes, na 3.ª e que seria a sua última expedição.