Este excecional artefacto, recolhido por Alexandre Rodrigues Ferreira na Floresta Amazónica (1783-1792), era usado pelos índios da etnia Jurupixuna, entretanto extinta, em rituais exclusivamente realizados por homens, à noite, que a usavam para dançar e, assim, comunicar com os espíritos, agradecendo ou pedindo algo, geralmente aspetos relacionados com a vida e sobrevivência do clã: o triunfo de uma caçada, pescaria ou colheita de frutos, por ocasião de uma doença, a celebração de um nascimento, morte, casamento ou mesmo comemorando o aparecimento da menstruação de uma adolescente.

Materializada numa estrutura de fibras vegetais, coberta por entrecasca de árvore devidamente trabalhada, integra um vasto conjunto de exemplares pertencentes à coleção de Antropologia do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra.