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De Spínola a “Xaranabeco”

Fantoche com a representação do General António Sebastião Ribeiro de Spínola, oferta do Ateneu de Coimbra. Composição: pasta de papel e tecido. Dimensões: 51,5 cm.

António de Spínola
(n.1910 m.1996)
Militar e Político. Desportista hípico premiado até 1961, com atividade militar apreciada na guerra colonial de Angola (1961-1963). Na Guiné-Bissau, experimenta uma orientação inovadora como comandante-chefe e governador (1968-1973): notabilizou-se aqui pela política de tentativa de integração social que empreendeu. Como vice-chefe do Estado Maior General das Forças Armadas (1974), foi exonerado devido à publicação do livro “Portugal e o Futuro”, em que punha em causa a política colonial do governo de Marcelo Caetano. Após o golpe militar de 25 de Abril de 1974, a Junta de Salvação Nacional elegeu-o para presidente da República (1974), tendo-se demitido em setembro desse ano, data a partir da qual manteve uma intensa atividade político-militar, até março de 1975.

A radicalização de posições e o clima de desconfiança que progressivamente se instalou entre as forças políticas geraram um descontentamento nas Forças Armadas, criando terreno propício para a concretização das aspirações de alguns setores militares e civis que, desde o 28 de setembro, não haviam parado de conspirar.

Na sequência do fracasso do golpe do 11 de março de 1975, António Spínola refugiou-se em Espanha. Começou, então, uma das mais nublosas fases da vida do general Spínola, a do exílio, da constante errância entre o Brasil e a Europa, e de envolvimento no MDLP (Movimento Democrático de Libertação de Portugal), um polémico movimento político-militar, criado em maio de 1975, com o objetivo de combater a alegada ditadura comunista que estaria em marcha desde março.

O contexto político que se seguiu ao 25 de novembro de 1975 permitiria o seu regresso a Portugal. A eleição de António Ramalho Eanes como Presidente da República e de Mário Soares como primeiro-ministro do I Governo Constitucional foram as últimas garantias de que Spínola precisava para regressar de forma segura a Portugal, em 1976. Reintegrado nas Forças Armadas na situação de reserva (fevereiro de 1978), passou à reforma em abril de 1980, por atingir o limite de idade.

Em dezembro de 1981, foi promovido ao posto de marechal por decisão do Conselho da Revolução, regressando nessa data ao serviço ativo. Em fevereiro de 1987, em cerimónia no Palácio da Ajuda, recebeu a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada e foi feito chanceler das Ordens Honoríficas Militares. Em dezembro desse mesmo ano, recebeu do Rei de Espanha a Grã-Cruz da Ordem de Isabel, a Católica.

Morreu em Lisboa, no dia 13 de agosto de 1996, aos 86 anos.

Outros documentos sobre o General Spínola do CD25A-UC:

Artigo da revista "O Século Ilustrado". 1974. Spínola considerou supérflua a existência do M.F.A. como centro de poder, disponível aqui.

Discurso de Spínola em Coimbra em 31/05/1974 disponível aqui

O Grupo de Fantoches do Ateneu de Coimbra – Os Xarabanecos, surgiu nos finais dos anos 60, desenvolvendo a sua atividade regularmente até meados de 1980, com um pequeno grupo de sócios do Ateneu de Coimbra

Em setembro de 1990, o grupo renasceu e continuou ativo até hoje.

Dedicando-se inicialmente ao estudo e recuperação do espólio deixado pelo núcleo inicial, pelas suas próprias palavras, o grupo aposta, igualmente, na formação e apresentação de espetáculos, trabalhando essencialmente com fantoches de luva de manipulação inferior, respeitando as regras tradicionais.

Perpetuando o papel de contadores de histórias, Os Xarabanecos trabalham essencialmente para o público infantil, adaptando contos tradicionais e histórias infantis, de forma pedagógica e lúdica.

Mais informação sobre o Ateneu de Coimbra, disponível aqui.