/ Caminhos na UC

Episódio #55 com Carlos Duarte

Quase três décadas a dar apoio a várias gerações de jornalistas e de profissionais da comunicação

A licenciatura em Jornalismo da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC) vai comemorar no ano letivo 2023/2024 o 30.º aniversário. Três décadas a formar várias gerações de jornalistas e de profissionais da comunicação, nas quais esteve quase sempre presente Carlos Duarte. Conhecido carinhosamente como Sr. Carlos por quem passou ou passa diariamente pela Secção de Comunicação, o assistente operacional da FLUC está prestes a chegar à reforma. Apesar de estar à vista o fim deste ciclo na Universidade de Coimbra (UC), o gosto pelos equipamentos de vídeo e de fotografia vai continuar a ter o seu lugar, assim como o carinho pelos amigos que fez nesta casa e que quer continuar a visitar.

Quando e como começou o seu percurso na UC?

Comecei a trabalhar na Faculdade de Letras, na Secção de Textos, a 2 de março de 1994.

E como é que surge a possibilidade de vir para a Secção de Comunicação da FLUC?

Penso que só havia, na Faculdade de Direito, Direito da Comunicação e os professores tentaram formar o curso de Jornalismo. Estive a trabalhar durante três anos a recibos verdes enquanto isto estava a ser arranjado.

Entretanto, alguém disse que eu gostava de mexer nestes brinquedos todos – nas câmaras, etc. –, porque já era o meu hobby. Penso que foi o Dr. Roque que me chamou ao gabinete dele e me perguntou se estaria interessado. E eu disse “Claro que estou!”. E pronto, foi aí que começou.

Como é que surge o interesse pelas câmaras fotográficas e de vídeo?

Sempre gostei desta parte, da fotografia e da filmagem. Eu não tinha as câmaras que o curso [de Jornalismo] tinha, tinha as mais fraquinhas. Aqui já havia as mais sofisticadas, e tentei explorar. Não tive formação. Comecei a puxar pelo meu cérebro e pedia ajuda a algumas pessoas que já conheciam as câmaras. E não perdi momentos nenhuns com as pessoas que venderam o equipamento. Assisti e fui vendo todos os passos. Eu não domino bem o inglês e isso é uma confusão na parte da reggie. Mas nas câmaras? Aí estou à vontade!

O que fazia antes de vir trabalhar para a UC?

Estava na pintura à mão, numa fábrica de mosaicos em Taveiro, que também é uma das coisas que gosto. Quando me chamaram para a Universidade, despedi-me, porque aquilo estava a “dar o berro”, por isso também foi numa boa altura.

No seu dia a dia, dá apoio a estudantes de Jornalismo e Comunicação na realização de trabalhos. Que tipo de ajuda dá aos alunos?

Já não dou tanto como dava antigamente. O que faço mais é manutenção do material. E também gerir quem vem mexer, quem está apto ou não para usar, porque eu tenho o nome dos alunos que já estão credenciados para mexer nisto. E dou apoio no acesso e utilização das salas também, como à cabine de locução. Enquanto o aluno vai para dentro da cabine gravar a voz, eu estou cá fora a ajudar com a gravação.

O que mais marcou o seu percurso de quase 30 anos?

As gerações anteriores sabiam aprender e estar atentas. Gostei dessa era. Para mim, foi mais bonito. Eram pessoas crescidas, respeitadas, respeitaram-me muito, assim como penso que os respeitei. Ajudei em algumas coisas, naquilo que pude. Também me sacrifiquei, porque também fiquei aqui algumas vezes até fora de horas. Acho que o ensino modificou um bocado, não só aqui, mas em outras universidades. E o mercado também mudou. Mas ainda temos alunos que estudaram aqui e que ainda estão a dar a cara, na SIC, na TVI.

E sente-se feliz quando reconhece essas caras e vozes nos meios de comunicação social?

Sim, é verdade.

Nos quase 30 anos passados nesta casa, teve algum momento engraçado que queira partilhar?

Engraçado, engraçado não foi, que em minha casa já andavam à minha procura. Na altura, não tinha telemóvel, e já pensavam que estava em alguma discoteca, e não.

Estivemos aqui a trabalhar e saímos daqui cerca da meia noite e qualquer coisa. Estávamos a fazer os trabalhos finais e o grupo no final disse “o Sr. Carlos agora vai jantar com a gente, um jantar especial!”. E fomos para o Napolitano.

Falando do que vem a seguir, já tem muitos planos para a reforma?

Tenho muito que fazer. Tenho o meu pai que vai fazer 90 anos, ainda com boa saúde, mentalmente ótimo. E temos uma área de lazer: os nossos terrenos, as árvores de fruto. Vamo-nos entretendo.

Há pouco disse que tem como hobby filmar e fotografar. Vai retomar essas atividades na reforma?

Gosto de explorar a fotografia. Vou tentar explorar a câmara que tenho, que consegui comprar com alguns dinheiritos. Agora estou a virar-me mais para a fotografia. Vejo colegas meus a fazer coisas bonitas com lentes simples, só com alguns truques. E é isso que vou fazer.

E vai ter saudades de vir à UC?

Não vou deixar de vir aqui, moro a meia dúzia de passos. Tenho aqui família e venho aqui visitar os amigos. Os amigos são sempre amigos.

Que mensagem gostaria de deixar à comunidade UC?

Mesmo passando às vezes pelas coisas mais difíceis, serem firmes naquilo que fazem. E gostarem do que fazem, mas, ao mesmo tempo, gostarem de ter o sítio onde trabalham impecável e apresentável, porque é uma casa de todos.

Assista ao vídeo desta entrevista:

Produção e Edição de Conteúdos: Catarina Ribeiro, DCOM, Inês Coelho, DCOM, Marta Costa, DCOM

Imagem e Edição de Vídeo: Ana Bartolomeu, DCOM e Marta Costa, DCOM

Edição de Imagem: Sara Baptista, NMAR

Publicado a 28.12.2023